terça-feira, 31 de maio de 2011

Deixa-me Viver, Senhor...

Hoje gostaria muito de dividir com vocês a emoção da primeira frutinha da Iaiá e a ida à pediatra, mas a tristeza que estou sentindo me impede...
preciso compartilhar com vocês uma dor que tomou conta de mim!
Desde que mudei de cidade e vim pra Minas, procurei trabalhar o máximo de tempo que pudesse, pra não sentir tanto a falta da minha família e dos meus amigos...
Trabalhei no comércio e conheci muitas pessoas legais.
E como eu me apego muito fácil, muitas das minhas clientes se tornaram amigas, ficaram felizes com a minha gravidez,  vieram visitar a Iasmim, fazem festa quando nos veem na rua...
Hoje recebi a notícia que uma dessas pessoas que eu tanto gostava, faleceu!
Uma mulher nova (47 anos), cheia de vida, com um filhinho de cinco anos...
Abdicou da sua vida profissional para cuidar do filho (que tem uma pequena deficiência): fisioterapia, fonoaudiólogo, escola, natação... em tudo, estavam os dois juntos. 
Iam na loja quase todos os dias.
Me pergunto: Por que Deus permite que as mães morram?
Eu fiquei órfã de mãe aos 22 anos e até hoje, aos 29, não consigo ser completamente feliz, imagino como fica a vida desse menininho!
Apresentações na escola para o dia das mães, conselhos, orientações...
Será que ele vai lembrar dela, quando adulto?
Será que ele vai ter guardado no coraçãozinho ferido os momentos de carinho e dedicação que ela teve nesses 5 anos?
No velório, ele falou assim: "Tia, a minha mamãezinha morreu. Agora ficou só o meu pai pra cuidar de mim. Você ajuda ele também?"
O que responder diante disso?
Como órfã, sei a perda dessa criaturinha....
Peço a Deus que dê sabedoria ao Pai para conduzir a vida desse garoto...


E como mãe que hoje sou, peço humildemente a DEUS que não me leve;
que não me tire deste mundo antes que a minha pequena Iasmim esteja criada, feliz, independente...
antes que eu tenha ensinado a caminhar com os próprios pés...

Peço que me permita está em todas as festinhas da escola, em todas as decepções por causa dos namoradinhos, que eu esteja presente nas vitórias esportivas da minha filha, no concerto, no teatro, na arquibancada...

Que eu possa ajudá-la, madrugadas a fio, nas atividades escolares, que eu fique velando o sono dela febril, com dor de garganta , que eu leve chá para curar uma dorzinha de barriga,.. que eu ponha uma coberta quentinha pra protegê-la do frio... que eu fique acordada no sofá esperando ela chegar de uma festinha...

Que eu encha o carro com as amiguinhas dela e as leve ao baile, que eu acorde de madrugada e busque-as eufóricas, que eu ouça, mesmo que sonoleta, todas as histórias que ela tenha pra contar... 

Que eu a leve à escola, à aula de inglês, ao ballet... Que eu chore de emoção na formatura, que eu também possa dançar a valsa, que eu junte moeda por moeda e possa dá um anel de formatura.

Que Ele me permita vê a minha filha receber flores, cartas apaixonadas, pedidos de namoro, anel de compromisso, de noivado...

Que eu possa ajudá-la com os preparativos do casamento, vê-la sendo conduzida ao altar e deixá-la no aeroporto para uma linda lua de mel...

Que eu veja o sorriso imenso após o resultado da gravidez; que eu enxugue as lágrimas de emoção dela a cada ultrason, que eu chore junto ao ouvir o chorinho do meu neto..

Peço a Deus pra viver muito, para que Iasmim não sinta o vácuo que eu sinto... a saudade que tortura, o medo que, por  muitas vezes, me deixa inerte...

Deixa-me viver, Senhor! A minha filha precisa de mim...
Não é justo que ela sinta a dor que eu sinto!
Deixa-me viver, Senhor!!!!


Um comentário:

  1. Ai Ju, tu sabe que te entendo, né?
    Cecília tinha 4 anos quando Mainha morreu. A bichinha, já esqueceu de muita coisa. Não lembra de coisas que eram muito comuns em Mainha!!
    Tenho mais pena dela que de mim. Pois eu convivi com Mainha até 18 anos!! Graças a Deus!!
    Também rezo muito pra Deus me deixar ver Bebel uma mulher feita!!! Pra eu ajudá-la com meus netos, como ninguém me ajudou!! Vamos rezar juntas, ju!!!
    Bjos!
    Juliana Almeida
    www.blogdabebel.com.br

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